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DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO "ALUNOS DO CÉU"

Sala Clementina
Sábado, 10 de novembro de 2018

[Multimídia]


 

Estimados amigos da comunidade Alunos do Céu! Cerea!

Estou contente por vos receber por ocasião do cinquentenário de fundação da vossa Associação e do 10º aniversário do falecimento do vosso fundador, o padre jesuíta Giuseppe Arione. A todos vós dou as minhas carinhosas boas-vindas! A vossa realidade associativa, subdividida em dois grupos Revival e Amen, está inserida no antigo e prestigioso “Instituto Social” de Turim, cuja finalidade educativa foi enriquecida pela experiência espiritual de Santo Inácio de Loyola. Com a ajuda do vosso Assistente, padre Piero Granzino, assumis o compromisso de testemunhar o Evangelho com a música e o canto para chegar ao coração de todos, inclusive de quantos estão afastados da Igreja ou da fé.

A vossa missão realiza-se no sulco do carisma e do testemunho do padre Arione o qual, cumprindo as orientações do Concílio Vaticano ii por uma Igreja em diálogo com o mundo contemporâneo, em 1968 opôs-se à contestação com uma atitude de acolhimento. Dedicou-se a uma forma de apostolado que utilizava a música e o canto como linguagens capazes de transmitir de modo universal a beleza e a força do amor cristão. Foi às “encruzilhadas das estradas”, também a lugares até então inexplorados pela Igreja, a fim de se encontrar com adolescentes e jovens onde eles estavam e se organizavam. A todos, indistintamente, dirigiu-se com empatia e benevolência, sugerindo um caminho de fé e de fraternidade. A finalidade era evangelizar com o canto, propondo uma fé que anuncia e canta o amor de Deus, gerando amizade e partilha fraterna.

Encorajo-vos a levar em frente o carisma deste generoso Jesuíta, renovando-o nas formas mas conservando a sua inspiração profética, ainda válida e atual. Para fazer isto é necessário cuidar da própria vida interior, sem deixar que a confusão mundana a “roube”, mas cultivando-a mediante a oração pessoal e comunitária, a escuta da Palavra de Deus, a participação assídua nos Sacramentos, especialmente na Confissão e na Eucaristia. Deste modo, as vossas vozes e melodias não só serão agradáveis ao bom gosto musical mas, enriquecidas pelo vosso testemunho de vida cristã, despertarão em quem vos ouve o desejo da comunhão com Deus. E assim tornar-vos-eis arautos do Evangelho cada vez mais entusiastas.

A vossa missão está enraizada na tradição das Escrituras, especialmente dos Salmos, que convidam a celebrar o Senhor com a cítara, a cantar a Ele e a louvá-lo com a harpa e a flauta (cf. Sl 33; 150). Cantar bem exige esforço e boa vontade mas é gratificante porque eleva a alma tornando-a mais sensível à voz do Espírito, especialmente quando com os próprios cantos acompanhais as celebrações litúrgicas, proporcionando aos fiéis maior aproximação e intimidade mais profunda com Deus. Desta forma, ajudais a exprimir a alegria, a confiança, o arrependimento, o amor... O canto é uma linguagem que leva à comunhão dos corações; agradeço-vos em particular porque, superando todas as fronteiras, difundis uma mensagem de paz e de fraternidade.

No coro experimenta-se a alegria e o fascínio da polifonia. Exorto-vos a ser “polifónicos” também na vida de cada dia, quer entre vós mesmos quer com os outros. Antes de tudo, recordai-vos que, mais do que pela beleza dos vossos cantos, vos reconhecerão como discípulos e testemunhas de Cristo se vos amardes uns aos outros como Ele vos amou. Portanto, sois chamados a ser um só coração e uma só alma. E em relação aos outros, recordando a pastoral do vosso Fundador em prol dos pobres e dos circenses, podeis continuar a acolher estas pessoas nas vossas comunidades e famílias, ouvindo-as, cantando juntamente com elas o “Evangelho dos pequeninos”. Este é o vosso modo de ser Igreja missionária, capaz de contagiar e atrair quantos aguardam, talvez sem o saber, o encontro com Jesus.

Sei que meditais com frequência as palavras do padre Arione: «Caminha para procurar os outros, espera a fim de te encontrares contigo mesmo». O sorriso dos vossos rostos, o vigor das vossas vozes, a harmonia dos vossos cantos vos disponham à oração e suscitem em quantos vos ouvirem a verdadeira alegria da vida e a esperança no futuro. Com estes votos, gostaria de vos renovar o apreço que a Igreja tem pelo vosso apostolado e, enquanto vos confio à intercessão da Virgem Maria e de Santa Cecília, abençoo de coração todos vós e os vossos entes queridos. E por favor, recordai-vos de rezar por mim.

Obrigado!

 



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