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PALAVRAS DO PAPA BENTO XVI
POR OCASIÃO DA PROJECÇÃO DO FILME
"TESTEMUNHO" QUE RECORDA JOÃO PAULO II

Quinta-feira, 16 de Outubro de 2008

Senhores Cardeais
Queridos Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Gentis Senhoras, ilustres Senhores!

A projecção a que acabamos de assistir, faz-nos ir com o pensamento àquele fim de tarde de 16 de Outubro de há 30 anos, que permaneceu impressa no coração de todos. Como hoje, e quase à mesma hora, o novo Papa dirigindo-se aos numerosos fiéis reunidos na Praça de São Pedro disse: "Se eu errar vós corrigir-me-eis". Era o primeiro encontro do recém-eleito Bispo de Roma, que veio como disse de longe, com a Cidade e com o mundo. O Cardeal Karol Wojtyla, Arcebipo de Cracóvia, escolheu chamar-se João Paulo II, pondo-se assim em continuidade com o seu Predecessor, o Papa Albino Luciani, que tinha guiado a Igreja só por 33 dias.

Poderíamos dizer que o Pontificado do Papa João Paulo II se encerra em duas expressões. A primeira "Abri as portas a Cristo! Não tenhais medo" foi vibrante, e impressionou e despertou a opinião pública e ressoará nos seus lábios muitas vezes ainda durante os anos seguintes; a outra "Deixai-me ir para a Casa do Pai" o Papa pronunciou-a debilmente no leito da morte, ao completar-se uma longa e frutuosa peregrinação terrena. Foram muitas as pessoas que ouviram as primeiras, as últimas foram recolhidas só por alguns íntimos, entre os quais o fiel secretário Pe. Stanislaw, agora Arcebispo Metropolitano de Cracóvia. No livro "Uma vida com Karol", que se tornou um filme com o título "Testemunho", ele quis narrar a sua longa familiaridade com este grande Pontífice, primeiro em Cracóvia e depois em Roma, repercorrendo momentos de alegria e de tristeza, de esperança e de audácia apostólica. Revelando episódios inéditos, o filme deixa transparecer a simplicidade humana, a coragem decidida e por fim o sofrimento do Papa Wojtyla, enfrentado até ao fim com a tenacidade do montanhês e a paciência do humilde servo do Evangelho.

Esta comovedora narração cinematográfica junta-se às muitíssimas publicações sobre este Pontífice, que marcou a história da Igreja e do mundo na última parte do século XX e no início do terceiro milénio. Graças a este filme, constituído quer por materiais documentais quer por reconstruções narrativas e dados históricos, o espectador que não conheceu João Paulo II tem a ocasião de intuir o seu ânimo e a sua paixão evangélica. A nós, que o conhecemos, o filme oferece a oportunidade de reviver com profunda emoção alguns momentos da sua vida com interpretações originais que retomam o conteúdo do livro enriquecido por elementos novos. O filme dá-nos também a ocasião para conhecer melhor a pátria de Wojtyla, a Polónia, e as suas tradições culturais e religiosas; permite-nos repercorrer acontecimentos eclesiais e civis famosos e episódios desconhecidos por muitos. Tudo é narrado vimo-lo com o afecto de quem partilhou estes acontecimentos de perto, à sombra do protagonista.

Então como não dirigir um agradecimento especial a quem contribuiu para a realização desta nova obra cinematográfica? O meu sincero agradecimento dirige-se antes de tudo ao Cardeal Stanislaw Dziwisz, ao qual estou grato por este livro e por esta realização. Faz-nos viver realmente aqueles dias e rever o nosso querido Papa João Paulo II que certamente neste momento, do Céu, está connosco. Agradeço ao regista Pawel Pitera e aos demais colaboradores seria muito longo mencioná-los todos que cuidaram com grande mestria o livro e a sua adaptação cinematográfica. Saúdo com afecto também todos os que se reuniram aqui esta tarde, começando pelos Senhores Cardeais, Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, até aos numerosíssimos leigos e leigas que admiraram e amaram o meu grande Predecessor. Desejamos aceitar, neste momento, sobretudo o seu convite a não ter medo. Seguindo o seu exemplo, também nós queremos prestar com coragem o nosso testemunho a Cristo. Com estes votos, renovo o meu agradecimento a quantos cuidaram deste filme e colaboraram para a realização desta tarde. A todos concedo a minha Bênção.

© Copyright 2008 - Libreria Editrice Vaticana



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