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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
AOS SÓCIOS DO CÍRCULO DE SÃO PEDRO

Sala do Consistório
Sábado, 26 de Junho de 2010

Queridos Sócios
do Círculo de São Pedro!

Sinto-me feliz por vos receber por ocasião deste agradável encontro, que me oferece a oportunidade de vos renovar o meu reconhecimento pela vossa obra generosa ao serviço da Santa Sé. Este momento tem lugar na iminência da Solenidade litúrgica dos Santos Pedro e Paulo e permite-nos, de certo modo, viver a alegria desta celebração tão significativa para a vossa benemérita Associação e para toda a Igreja. Saúdo-vos a todos com afecto, começando pelo vosso Presidente-Geral, Duque Leopoldo Torlonia, ao qual agradeço as gentis palavras que me dirigiu em nome de todos, e pelo vosso Assistente espiritual.

Concluímos há pouco o Ano sacerdotal, tempo de graça, durante o qual a Igreja reflectiu com especial atenção sobre a figura de São João Maria Vianney, o Santo Cura d'Ars, recordando o 150º aniversário da sua morte. Ele é um modelo de vida evangélica não só para os sacerdotes, mas também para os leigos, sobretudo para quantos, como vós, estão comprometidos no vasto campo da caridade. Um aspecto peculiar da vida deste humilde sacerdote foi de facto o desapego dos bens materiais. Ele nada possuía, distribuía tudo aos mais necessitados; para si não sentia necessidade de nada: considerava tudo supérfluo. Aprendeu o amor pelos pobres desde criança, vendo como eram acolhidos e assistidos pelos seus pais, em casa. Este amor levou-o, ao longo da sua vida sacerdotal, a distribuir aos outros tudo o que tinha. Deu vida também a uma casa de acolhimento à qual chamou "A providência", para meninas e jovens pobres: a elas dedicava todos os esforços para que recebessem uma sadia educação cristã. Que o seu exemplo seja para vós, queridos sócios do Círculo de São Pedro, um convite constante a abrir os braços a cada pessoa que precisa de um sinal visível de solidariedade. Continuai a ser este sinal concreto da caridade do Papa para com quantos se encontram em necessidade, quer em sentido material quer espiritual, assim como para com os peregrinos que chegam a Roma de todas as partes do mundo para visitar os túmulos dos Apóstolos e para se encontrar com o Sucessor de Pedro.

Como foi recordado há pouco, vós hoje estais aqui reunidos para me entregar o Óbolo de São Pedro, recolhido nas igrejas de Roma. Desejo expressar-vos a minha sentida gratidão por esta confirmação de participação na minha solicitude pelas pessoas mais necessitadas. Ele representa como que um ponto de convergência entre duas acções complementares, que se unem num único testemunho eloquente de caridade evangélica porque, por um lado, manifesta o afecto dos habitantes desta Cidade e dos peregrinos em relação ao Sucessor de Pedro e, por outro, expressa a solidariedade concreta da Santa Sé para com as numerosas realidades de mal-estar e de indigência que, infelizmente, persistem em Roma e em tantas partes do mundo. Aproximando asparóquias romanas e gerindo centros de assistência e de acolhimento na Capital, vós tendes a possibilidade de ver directamente as multíplices situações de pobreza ainda presentes; ao mesmo tempo, podeis também constatar como é intenso no povo o desejo de conhecer Cristo e de o amar nos irmãos.

Mediante este vosso compromisso de ir ao encontro das necessidades dos mais infelizes, vós difundis uma mensagem de esperança, que brota da fé e da adesão ao Senhor, tornando-vos assim arautos do seu Evangelho. Portanto, caridade e testemunho continuem a ser as linhas-guia do vosso apostolado. Encorajo-vos a prosseguir com alegria esta vossa acção, inspirando-vos incessantemente nos indefectíveis princípios cristãos e haurindo sempre renovado vigor na oração e no espírito de sacrifício como recita o vosso mote para levar abundantes frutos de bem, quer à Comunidade cristã quer à sociedade civil.

Confio as vossas aspirações, os propósitos e todas as actividades à protecção materna da Virgem Santa, Salus Populi Romani, para que guie os vossos passos, tornando-vos trabalhadores cada vez mais convictos de solidariedade e construtores de paz em todos os âmbitos onde desempenhais a vossa digna acção associativa. Com estes votos, invoco a intercessão celeste dos Santos Pedro e Paulo e de bom grado concedo a cada um de vós, às vossas famílias e a quantos encontrardes no vosso serviço quotidiano uma especial Bênção Apostólica.

© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana



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