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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE

Qual o testemunho do cristão

 Terça-feira, 6 de Maio de 2014

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 19 de 8 de Maio de 2014

Testemunhar Cristo — afirmou o Papa Francisco — é a essência da Igreja que, caso contrário, acabaria por ser só uma estéril «universidade da religião», impermeável à acção do Espírito Santo.

A meditação sobre a força do testemunho baseou-se no trecho litúrgico dos Actos dos apóstolos (7, 51-88, 1a) no qual se narra o martírio de Estêvão, que — explicou o Santo Padre — «é um calco do martírio de Jesus: os ciúmes dos dirigentes que procuravam excluí-lo, as falsas testemunhas, um julgamento apressado». Aos seus perseguidores, que não acreditavam, Estêvão disse: «Homens de cerviz dura, incircuncisos de corações e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo».

O Papa Francisco prosseguiu, observando que «ser perseguido, ser mártir, dar a vida por Jesus é uma das bem-aventuranças». «Jesus não disse aos seus: “Pobrezinhos se vos acontece isto”, mas sim: “Felizes vós quando vos insultarem e perseguirem e disserem mal contra vós por causa do meu nome. Alegrai-vos!”».

É evidente que «o demónio não pode suportar a santidade da Igreja sem reagir. E contra Estêvão — disse o Pontífice — suscitou no coração daquelas pessoas ódio para perseguir, insultar e falar mal. E assim mataram Estêvão, o qual morreu como Jesus, perdoando».

«Martírio, na tradição da palavra grega, significa testemunho», explicou o Papa. Assim «podemos dizer que para um cristão a estrada prossegue nas pegadas deste testemunho de Jesus para dar testemunho dele».

A questão central, frisou o Pontífice, é que o cristianismo não é uma religião só «de ideias, de teologia pura, de estética e mandamentos. Somos um povo que segue Jesus Cristo e dá testemunho, quer dar testemunho de Jesus Cristo. E este testemunho algumas vezes chega a dar a vida». Depois, o Papa recordou que «um dos padres da Igreja disse que o sangue dos mártires é semente dos cristãos». É precisamente o que acontece: «Explode a perseguição, os cristãos dispersam-se e com o seu testemunho pregam a fé». Porque, observou, «o testemunho é sempre fecundo». O Papa Francisco concluiu recordando como dos «dois ícones» propostos pela liturgia — Estêvão que morre e os cristãos que dão testemunho no mundo inteiro — surjam para cada um perguntas: «Como é o meu testemunho? Sou um cristão testemunha de Jesus ou um simples membro desta seita? Sou fecundo porque dou testemunho ou permaneço estéril porque não sou capaz de deixar que o Espírito Santo me leve em frente na minha vocação cristã?».

 



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