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MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O ENCONTRO DE ABERTURA
DA 3ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DA FAMÍLIA

[RIVA DEL GARDA, 1-6- DE DEZEMBRO DE 2014]

[Multimídia]


 

Prezados irmãos e irmãs!

Por ocasião do Festival da família, programado em Riva del Garda, sobre o tema «O ecossistema, vida e trabalho. Emprego feminino e natalidade, bem-estar e crescimento da economia», desejo saudar e manifestar o meu apreço aos organizadores, aos relatores e a todos os participantes, pelo compromisso a favor da família. Como cidadãos, como cristãos, como famílias e como associações familiares, provenientes de diferentes profissões e ambientes, durante estes dias vós pondes em comum experiências, preocupações e projectos. Faço votos por que o vosso encontro seja profícuo!

É muito importante o tema enfrentado, que retoma e completa uma série de reflexões às quais já destes início sobre outros aspectos nas edições passadas. Vós proponde-vos oferecer sugestões de reflexão e indicações concretas a fim de que a família seja cada vez mais protagonista no contexto social, cultural e político do país. Com efeito, vós estais perfeitamente conscientes da posição insubstituível e fundamental que a família ocupa, tanto na sociedade como na comunidade eclesial. O futuro da humanidade passa através da família, e por conseguinte é necessário permitir-lhe que desempenhe o papel que lhe compete. Contudo, não é suficiente reiterar a importância da família e confirmar os seus direitos: é preciso considerar concretamente como podem articular-se as tarefas da família e os deveres da sociedade, de modo particular no que diz respeito às relações entre vida profissional e vida familiar.

A família tem uma missão que lhe é própria, ao serviço dos seus membros, do próprio desenvolvimento e da vida; tem também direitos e, portanto, precisa de assistência e garantias para os poder exercer. Além disso, a família tem inclusive deveres em relação à sociedade, ou seja, deve oferecer a sua colaboração ao serviço da comunidade. Este é um âmbito privilegiado no qual pôr em prática harmonicamente a solidariedade e a subsidaridade, isto é, uma sinergia entre público e privado, entre empresas e famílias. Precisamente devido ao compromisso e à responsabilidade que a natalidade e a educação dos filhos exigem, as famílias precisam de uma ajuda apropriada por parte das agências públicas e das empresas, numa perspectiva de colaboração recíproca. O preocupante andamento demográfico requer, da parte de todas as pessoas concernidas, uma estratégia extraordinária e corajosa a favor das famílias. É daqui que pode começar também um relançamento da economia para o país. E nesta perspectiva deve ser reconsiderado e resolvido também o drama do desemprego, sobretudo juvenil. A falta de trabalho avilta a pessoa, que se sente inútil aos seus próprios olhos, e empobrece a sociedade, que assim fica desprovida da contribuição de forças válidas e bem dispostas.

Penso na elaboração das políticas familiares, em tudo aquilo que se refere ao estatuto jurídico e social das famílias em geral e à ajuda que deve ser oferecida às mais desfavorecidas sob os planos material e moral. Em particular, é preciso prestar atenção ao emprego feminino. Muitas mulheres sentem a necessidade de ver os seus direitos, o valor das tarefas que desempenham habitualmente nos vários sectores da vida social e profissional e as suas aspirações no seio da família e na sociedade mais reconhecidos. Algumas delas sentem-se cansadas e quase esmagadas pela quantidade de compromissos e tarefas, sem encontrar compreensão e ajuda suficientes. É necessário fazer com que a mulher não seja, por exigências económicas, obrigada a um trabalho demasiado árduo e duro e a um horário demasiado longo, que se somam a todas as suas responsabilidades de governar a casa e educar os filhos. Mas sobretudo, é necessário considerar que os compromissos da mulher, a todos os níveis da vida familiar, constituem também uma contribuição incomparável para a vida e para o porvir da sociedade.

Estimados amigos, faço votos a fim de que o Festival da Família dê os frutos almejados e, enquanto asseguro a minha recordação orante, é de bom grado que vos concedo a Bênção apostólica, em penhor de todos os propósitos e programas de bem a em benefício da instituição familiar, que sempre foi e continua a ser a célula vital da sociedade.

Vaticano, 2 de Dezembro de 2014.

Francisco

 



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