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JOÃO PAULO II

ANGELUS

Praça São Pedro
13 de Novembro de 193

 

1. A Igreja é acima de tudo uma comunidade orante. O povo de Deus foi libertado para celebrar o culto do Senhor. Toda a vida dos remidos deve ser um acto de culto, uma liturgia de louvor, um sacrifício agradável a Deus.

A transformação da nossa vida e do mundo em sacrifício de louvor não é obra nossa, mas do Senhor. Unindo-nos a Cristo-Sacerdote, ao seu sacrifício e à sua oração, nós, com o universo inteiro, tornamo-nos uma oferta ao Senhor.

Os crentes são essencialmente uma comunidade litúrgica: no templo, nas suas casas e na vida exercem o múnus sacerdotal. Os Actos dos Apóstolos, apresentando os traços fundamentais da Igreja primitiva, salientam a importância que nela tinha a "oração": "Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações... frequentavam diariamente o Templo. Partiam o pão em suas casas... louvando a Deus" (Act. 2, 42.46-47). E ainda: "Entregavam-se assiduamente à oração... com Maria, mãe de Jesus" (Act. 1, 14).

2. Na comunidade dos crentes em oração, Maria está presente, não só nas origens da fé, mas em todos os tempos.

"Assim nos aparece Ela, de facto, na visita à mãe do Precursor, quando o seu espírito se efunde em expressões de glorificação a Deus, de humildade, de fé e de esperança: tal é o 'Magnificat', a oração por excelência de Maria, o cântico dos tempos messiânicos no qual confluem a exultação do antigo e do novo Israel" (Exortação Apostólica de Paulo VI Marialis Cultus, 18). Virgem em oração aparece Maria em Caná, Virgem em oração no Cenáculo. "Presença orante de Maria na Igreja nascente, pois, e na Igreja de todos os tempos; porque Ela, assumida ao céu, não depôs a sua missão de intercessão e de salvação. Virgem dada à oração é também a Igreja, a qual todos os dias apresenta ao Pai as necessidades dos seus filhos, e 'louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo'" (ibid., n. 18).


Depois do Angelus

Neste mês de Novembro, em que se torna mais intensa a oração dos cristãos pelos defuntos, peço-vos uma intenção particular pelas numerosas vítimas das violências e das guerras que abalam tantas partes do mundo.

Vivo sofrimento trouxe ao meu coração, nestes dias, a noticia do assassínio do Padre franciscano guatemalteco Ramirez Monasterio, muito conhecido e amado pela sua obra caritativa.

Tenho sempre presente no meu espírito as regiões assinaladas pela guerra, que não poupa sofrimentos às populações civis e não se detém nem sequer perante a inocência das crianças, como também acontece noutros países da América Central, no Líbano, no Afeganistão, e no conflito entre o Iraque e o Irão.

Ao elevar uma fervorosa prece pelos defuntos, peçamos a Deus que persuada todos os homens de boa vontade a prodigarem-se por acabar com as causas que semeiam tanta morte e destruição.

 



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