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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO PAULO II
À REPÚBLICA DOMINICANA, MÉXICO E BAHAMAS
[25 DE JANEIRO - 1º DE FEVEREIRO DE 1979]

ENCONTRO DO SANTO PADRE
COM OS JORNALISTAS NO COLÉGIO FLORIDA
NA CIDADE DO MÉXICO

Terça-feira, 31 de Janeiro de 1979

 

Queridos amigos do mundo da informação

Em muitas ocasiões durante estes dias que o entusiasmo dos mexicanos tornou febris e cheios de emoção, momentos cheios de beleza e significação religiosa passados em locais e ambientes inolvidáveis — tive a oportunidade de observar-vos enquanto passáveis dum lugar para outro, cheios da determinação e do empenho que distinguem a vossa tarefa informativa.

Encontro-me agora prestes a regressar a Roma, depois de assistir ao início desse importante acontecimento eclesial, maravilhoso pelo seu significado profundo de unidade e criatividade de futuro da Igreja, que é a Conferência de Puebla, e depois de peregrinar pelas inesquecíveis terras de Nossa Senhora de Guadalupe. E agradeço à Providência dar-me neste momento a esperada ocasião de encontrar-me com os profissionais da informação, que me quiseram acompanhar nesta viagem.

Muitos continuarão aqui para continuar a oferecer à opinião pública o acontecimento de Puebla, outros acompanhar-me-ão no meu regresso, enquanto outros serão chamados a novas missões. Vale a pena arrancar uns minutos ao nosso apertado horário, para estarmos juntos, reflectirmos e conversarmos um pouco, desta vez de pessoa a pessoa. Uma vez ao menos sem termos como intermediário nenhum meio de transmissão ou estarmos a tornar presentes espiritualmente auditórios longínquos. Desfrutemos, sem mais preâmbulos, a alegria de nos vermos juntos.

É claro que não esqueço estar por trás das câmaras uma pessoa, falar através do microfone uma pessoa, comporem e corrigirem pessoas cada linha do artigo que publicará o jornal de amanhã. Gostaria, neste breve encontro, de mostrar a todos a minha gratidão e respeito e dirigir-me a cada um pelo seu nome. Sinto desejo e necessidade de agradecer a cada um o trabalho destes dias e aquele que vai continuar em Puebla. Reflectirá este uma Igreja que abraça todas as culturas, talentos e iniciativas, contanto que se possam dirigir à construção do Reino de Deus.

Compreendo as tensões e dificuldades em que decorre o vosso trabalho. Sei bem qual o esforço requerido pela comunicação da notícia. Imagino a fadiga que supõe trasladar, montar e desmontar — correndo duma parte para a outra — toda essa complicada aparelhagem vossa. Também me não passa despercebido que o vosso é um trabalho que exige longas deslocações e vos separa da família e dos amigos, Não é vida fácil, mas, em compensação — como toda a actividade criativa, em especial a que significa serviço prestado aos outros — oferece-vos especial enriquecimento. Com certeza que todos tendes experiência disso.

Recordo agora uma ocasião análoga, há poucas semanas, em que tive ocasião de falar com os profissionais que se juntaram para informar sobre a minha eleição e sobre a inauguração do Pontificado. Fiz referência a tal missão chamando-lhe vocação. Um dos documentos mais importantes da Igreja, sobre as comunicações sociais, declara que "é necessário que o homem do nosso tempo conheça as coisas plena e fielmente, adequada e exactamente" (Communio et progressio, 54 ), e proclama que, ao ser uma informação transmitida assim, pelos meios de comunicação social, "todos os homens se tornam participantes... dos assuntos da humanidade inteira" (Communio et progressio, 19).

Com o vosso talento e experiência, a vossa competência profissional, a necessária inclinação e os meios que estão ao vosso dispor, podeis prestar este grande serviço á humanidade. E sobretudo, como o melhor que podeis realizar, quereis ser investigadores da verdade, para a oferecer a todo aquele que queira ouvi-la. Servi, primeiro que tudo, a verdade, o que é construtivo, aquilo que me,hora e dignifica o homem.

Na medida em que buscardes este ideal, asseguro-vos que a Igreja permanecerá ao vosso lado, porque é este também o seu ideal. Ela ama a verdade e a liberdade: liberdade de conhecer a verdade, de pregá-la e comunicá-la aos demais.

Chegou o momento de saudar-vos e renovar-vos a expressão do meu reconhecimento pelo serviço prestado à difusão da verdade, que se manifesta em Cristo e se está expressando nestes dias em actos da maior importância para a vida da fé nestes países americanos, tão próximos à Igreja. Despedimo-nos com respeito e amizade, dispostos a ser consequentes com os nossos melhores ideais. O Papa compraz-se em saudar-vos e abençoar-vos — recordando os meios que representais: diários, cadeias televisivas, emissoras radiofónicas - e em abençoar também as vossas famílias. Por vós e por elas ofereço frequentemente a minha oração. O Senhor vos acompanhe.

 



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