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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE À ÁFRICA
(2-12 DE MAIO DE 1980)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
NO ENCONTRO COM A COMUNIDADE POLACA

Nunciatura Apostólica
Quinxassa, 4 de Maio de 1980

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Amados Irmãos e Irmãs, Missionários, caros Compatriotas.

1. Com profunda comoção encontro-me convosco aqui na África, onde representais a nossa Pátria comum e a Igreja, que lá realiza a sua missão salvífica. Saúdo-vos com a venerada saudação dos nossos Pais. Ela contém em si não só toda a profundidade do conteúdo específico, que recorda a Terra natal, a Família e o ambiente onde crescestes e que depois deixastes, acolhendo o convite "segue-me", para vos tornardes os semeadores da Palavra de Deus; mas também exprime, em certo sentido, a substância mesma da vocação missionária e o ideal do trabalho de evangelização.

No nome de Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, viestes aqui para que todos os povos louvem o Senhor e para que todas as nações Lhe dêem a glória (cfr. Sl 116, 117).

"Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação" (Is 52, 7).

No nome de Jesus Cristo empreendi esta minha peregrinação ao santuário vivo do coração do homem na Africa, para participar nas alegrias do jubileu desta jovem Igreja e, ao mesmo tempo, juntamente com ela agradecer a Deus as graças que lhe foram dadas sobretudo neste século, e para confiar à Misericórdia Divina o futuro promissor desta Igreja.

2. No mesmo nome de Cristo encontro-me convosco, caros Missionários, Irmãos e Irmãs. Alegro-me porque posso, durante estes dias, inserir-me de modo particular no quotidiano trabalho missionário e compartilhar o vosso esforço, realizando este serviço em favor dos nossos irmãos no Continente africano.

Sabemos muito bem que devemos a nossa fé a outros que, impelidos pelo apelo da Palavra divina, vieram até nós e semearam a Boa Nova entre os nossos antepassados, anunciaram a paz, revelaram a felicidade e proclamaram a salvação; nos mistérios da vida divina introduziram-nos e inseriram-nos no organismo vivo da Igreja.

O vivo testemunho da maturidade de cada Igreja é não só a sua abertura à Palavra de Deus, ao bem salvífico, mas também a capacidade de dar aos outros aquilo que ela mesma vive. Com esta doação ela não só manifesta esta maturidade, mas também a aprofunda e a consolida. Por isso, como toda a ,Igreja, também as Igrejas locais desejam tornar-se missionárias, tornar-se sujeito desta "missionariedade" da Igreja. Apesar de que no curso da história nem sempre tenhamos tido as condições para exprimir externamente este carácter missionário, contudo o espírito missionário esteve e está sempre profundamente enraizado na fé do nosso Povo. E os problemas missionários encontram sempre eco profundo no coração do Povo de Deus na nossa, Pátria. Não obstante as dificuldades mencionadas, a Igreja na nossa Pátria escreveu esplêndida página missionária; basta recordar o Beato Maximiliano M. Kolbe, a Beata Maria Teresa Ledochowska, o Padre Bejzym, para não falar de tantos outros menos conhecidos e operários anónimos no campo missionário.

Esta , sua página missionária continua a ser escrita. Aqui presentes, sois a prova disto, e todos os que aqui puderem vir.

Quanto me alegro como Papa e como Polaco, quando me chegam notícias da partida de um missionário, de uma religiosa e de pessoas leigas da Polónia; e estas partidas, graças a Deus, são sempre mais numerosas!

3. No nome de Jesus Cristo encontro-me convosco, Compatriotas aqui presentes, e com todos os ausentes — talvez não numerosos —, que o destino trouxe para aqui e que no continente africano encontrastes a vossa segunda pátria!

Convosco, que, desempenhando o vosso serviço, servis a Pátria!

Convosco, Missionários dos valores humanos, que viestes aqui para compartilhar, neste continente que se desenvolve e precisa de auxílio, o vosso conhecimento, a vossa experiência e a vossa capacidade, no respeito da dignidade e dos direitos de todos os homens!

Este respeito da dignidade e da liberdade própria e dos outros está enraizado profundamente na nossa tradição cristã e nacional, porque conhecemos o preço destes fundamentais e invioláveis valores humanos. E sabemos que não se pode levar um verdadeiro bem a outro homem se por detrás estão ocultos fins contrários ou talvez interesses secundários.

4. Auguro-vos que os nossos irmãos africanos, entre os quais trabalhais, possam dizer de vós o que se lê no texto de Isaías: "Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a salvação" (Is 52, 7).

5. Trouxe. comigo, aqui para o Zaire, a imagem da Mãe de Deus de Czestochowa, a nós tão cara. Deste modo, recordo aquela esplêndida tradição dos primeiros missionários na África, que confiaram todo o seu trabalho de evangelização à Mãe de Cristo, Mãe da Igreja e nossa Mãe.

Também a Ela entrego todos e cada um de vós: os vossos trabalhos e as vossas solicitudes, as vossas cruzes e alegrias, as vossas fadigas e a vossa dedicação. Ela vos recorde sempre que sois servos de Cristo, que ouvem a Sua palavra e põem em prática o que Ele manda.

A Ela, Nossa Senhora Negra, Mãe da Misericórdia, Mãe da vida e da esperança, confio sobretudo a Igreja na Africa, o seu presente e o seu futuro; todos os problemas que enfrenta nesta terra negra.

6. Continuo a fazer a minha viagem missionária, e vós, permanecei aqui com Deus!

Abençoe-vos Deus omnipotente: Pai, Filho e Espírito Santo. Amen.

 



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