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DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AO SENHOR FILIPPE SAVADOGO
NOVO EMBAIXADOR DO BURKINA FASSO
 JUNTO DA SANTA SÉ POR OCASIÃO
DA APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS

11 de Janeiro de 1997

 

 

Senhor Embaixador

É com prazer que dou as boas-vindas a Vossa Excelência, por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Burkina Fasso junto da Santa Sé.

As palavras que Vossa Excelência acaba de pronunciar, as quais agradeço vivamente, testemunham o interesse atribuído pelas autoridades do seu país ao desenvolvimento de relações de estima e respeito entre o Burkina Fasso e a Sé Apostólica. Por seu intermédio, é-me grato apresentar a Sua Excelência o Senhor Presidente Blaise Campaoré os votos que formulo pela sua pessoa e pelo cumprimento do seu alto cargo ao serviço da nação. Saúdo de igual modo com cordialidade o povo do Burkina Fasso, e peço a Deus que o assista nos seus esforços em vista da edificação duma sociedade cada vez mais justa e fraterna.

No seu discurso, Senhor Embaixador, Vossa Excelência evocou a contribuição da Santa Sé em favor da promoção do bem-estar da humanidade. Estou-lhe grato por este apreço. De facto, para a Igreja católica, o desenvolvimento humano integral situa-se no centro mesmo da sua missão de proclamar o mandamento divino do amor fraterno. Por isso, ela deseja promover o autêntico crescimento da pessoa humana, na justiça e na paz. Trata-se dum imperativo essencial que todo o homem e toda a mulher, assim como todos os componentes da sociedade, se possam consagrar juntos ao desenvolvimento do seu povo. E regozijo-me com o que Vossa Excelência disse a respeito do empenho comum dos filhos do Burkina Fasso no combate contra todas as formas de miséria e de marginalização.

Conscientes da interdependência que existe entre as pessoas, é ao colocar em prática uma verdadeira solidariedade que eles poderão contribuir para uma melhor organização da sociedade, num justo respeito das particularidades sociais e religiosas, que constituem a riqueza da nação. Como Vossa Excelência evocou, Senhor Embaixador, o respeito pelas convicções religiosas de cada um é um valor fundamental, que deve ser preservado. Este é também o princípio e o fundamento duma convivência pacífica (cf. Mensagem para o XXV Dia Mundial da Paz, 1992, n. 7). É motivo de alegria que os crentes das diferentes tradições religiosas, presentes no seu país, possam trabalhar juntos pela promoção do bem comum, num clima de confiança e estima recíprocas.

É meu desejo também que todos os povos fortaleçam a sua solidariedade, para que cada um deles possa ter acesso ao desenvolvimento integral, material e espiritual. É nesta perspectiva que a Santa Sé, em colaboração com as Igrejas locais, sobretudo através da Fundação para o Sahel, quer contribuir para a realização de acções de ajuda mútua, de formação e de desenvolvimento em benefício dos povos da sua região, vítimas da seca e da desertificação. As nações devem tomar uma consciência cada vez mais forte dos deveres que têm, umas para com as outras e em relação à humanidade inteira. Como declarei por ocasião do quinquagésimo aniversário das Nações Unidas, «é necessário que, no cenário económico internacional, se imponha uma ética da solidariedade, se quisermos que a participação, o crescimento económico e uma equitativa distribuição dos bens possam caracterizar o futuro da humanidade» (Discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, n. 13).

A sua presença nestes lugares, Senhor Embaixador, é um sinal de que o seu país está aberto aos valores espirituais e religiosos, e que os considera profundamente necessários para a edificação duma sociedade realmente humana. Estou certo de que a missão que Vossa Excelência inicia hoje há-de fortalecer ainda mais os laços de compreensão e amizade entre o Burkina Fasso e a Sé Apostólica.

Nesta circunstância solene, através da sua pessoa, Senhor Embaixador, quereria dirigir uma saudação afectuosa aos membros da comunidade católica do Burkina Fasso e aos seus Pastores. Encorajo- os a viver o testemunho do amor universal de Cristo, entre si e com todos, sem distinção. Estimulo-os a prosseguir com ardor, numa cooperação fraterna com todos os seus compatriotas, o seu empenho pela edificação duma sociedade solidária e próspera, na qual cada um poderá encontrar o seu lugar, no respeito mútuo.

No momento em que inicia a sua missão, apresento-lhe os meus melhores votos para a nobre tarefa que o espera. Esteja certo de que encontrará sempre aqui, junto dos meus colaboradores, o acolhimento atento e compreensivo de que poderá ter necessidade.

Sobre Vossa Excelência, sobre o povo do Burkina Fasso e sobre os que presidem ao seu destino, invoco de todo o coração a abundância das Bênçãos divinas.

 

© Copyright 1997 - Libreria Editrice Vaticana

 



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