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 DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
 AO SENHOR MAHAMAT ALI ABDALLAH NASSOUR
 EMBAIXADOR DO CHADE JUNTO À SANTA SÉ
POR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO
DAS CARTAS CREDENCIAIS

Quinta-feira, 28 de Maio de 1998

 

 

Senhor Embaixador

 1. É com prazer que recebo Vossa Excelência no Vaticano, por ocasião da apresentação das Cartas que o acreditam como Embaixador extraordinário e plenipotenciário da República do Chade junto da Santa Sé.

Sensibilizaram-me as palavras gentis que me dirigiu bem como as saudações que me transmitiu da parte de Sua Excelência o Senhor Presidente Idriss Deby. Peço-lhe a amabilidade de lhe transmitir, bem como a todo o povo chadiano, os votos de bem-estar e prosperidade que formulo pela sua Nação, pedindo a Deus que conceda a todos viver numa sociedade unida e fraterna, na qual cada um veja reconhecido o seu lugar e possa desenvolver-se plenamente.

2. Alegro-me por saber que após um período difícil da sua existência, o seu País se empenhou resolutamente num processo democrático que deveria permitir a todos os chadianos viver na concórdia e no respeito dos direitos fundamentais das pessoas e das comunidades. De facto, é necessário promover uma «cultura de paz» enfrentando corajosamente os fenómenos históricos, sociais, políticos ou económicos que originam ou alimentam a violência, a fim de instaurar a estabilidade, o entendimento recíproco e o desenvolvimento solidário da colectividade nacional.

Com esta finalidade, como já tive ocasião de recordar, é tarefa dos governantes «contribuir para a construção da paz, através da criação de estruturas só- lidas que sejam capazes de resistir às turbulências da política, de tal modo que garantam liberdade e segurança para todos em qualquer circunstância» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1997, 4). Todavia, para estabelecer relações cordiais estáveis entre as várias componentes da Nação, é necessário que todos aceitem voltar-se para o futuro sabendo acolher o próximo e praticar sinceramente o perdão.

Os povos devem aprender constantemente a viver na diversidade. É preciso vencer o medo perante a diferença e procurar as afinidades fundamentais que permitem coexistir na compreensão recíproca. O diálogo confiante entre todas as comunidades que formam um país é um elemento essencial para consolidar a paz e a harmonia, que constituem para todos os cidadãos as condições indispensáveis para uma existência digna e pacífica.

3. Vossa Excelência, Senhor Embaixador, aludiu ao papel desempenhado pela Sé Apostólica em favor da justiça e da paz. Por seu lado, a Igreja no Chade empenhou-se de maneira leal na obra de reconciliação e de compreensão entre todas as componentes da Nação. Sem dúvida, a comunidade católica está consciente de que é primordial para o bem comum lutar juntamente com os homens de boa vontade contra todas as formas de exclusão e de intolerância, que podem ter consequências devastadoras para a unidade e o futuro da sociedade.

Nesta perspectiva, a fim de promover os valores da justiça, solidariedade e liberdade, faço os mais sentidos votos por que entre cristãos e muçulmanos, as relações de confiança e de amizade, já existentes em numerosas partes, se desenvolvam mediante a boa vizinhança e uma cooperação frutuosa, no respeito recíproco e na sinceridade. Oxalá juntos, haurindo do património autêntico das suas tradições religiosas, dêem o seu contributo para a renovação da Nação!

4. Aproveito esta feliz ocasião para saudar calorosamente por seu intermédio, Senhor Embaixador, os Bispos e os católicos do seu País. Conheço a propensão deles para a edificação duma nação unida e concorde. Quando nos preparamos para a celebração do grande Jubileu do Ano 2000, encorajo-os profundamente a prosseguir o seu valoroso testemunho do Evangelho de Cristo entre todos os seus irmãos e convido-os a partilhar sempre melhor a esperança que levam no coração. Que numa colaboração sincera com os seus compatriotas, eles trabalhem fervorosamente para o desenvolvimento solidário do País!

5. Ao iniciar a sua missão junto da Santa Sé, sinto-me feliz por lhe apresentar os meus sentidos votos de bom êxito. Tenha a certeza de que encontrará sempre aqui, junto dos meus colaboradores, o acolhimento atento e compreensivo do qual poderá ter necessidade. Sobre Vossa Excelência, sobre o povo chadiano e seus dirigentes, invoco com fervor a abundância das Bênçãos do Todo Poderoso.

 

© Copyright 1998 - Libreria Editrice Vaticana

 



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