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DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
AOS PARTICIPANTES NO CONGRESSO DA
ASSOCIAÇÃO ITALIANA DOS PROFESSORES CATÓLICOS

Sábado, 5 de Janeiro de 2001

 
Caríssimos Irmãos e Irmãs

Estou feliz por dirigir uma cordial saudação a cada um de vós, que quisestes visitar-me, na ocasião do Congresso nacional da vossa Associação.

Saúdo, em particular, o vosso Presidente e agradeço-lhe as amáveis palavras que me quis dirigir em nome dos presentes. Através de vós, é-me grato fazer chegar um pensamento especial a todos os professores católicos da Itália, que tanto nas grandes cidades como nas pequenas aldeias põem a sua competência e a sua paixão educativa ao serviço dos alunos e das suas famílias.

Caríssimos Irmãos e Irmãs, juntamente convosco dou graças a Deus pela actividade que a Associação Italiana dos Professores Católicos exerce há mais de cinquenta anos em favor da escola italiana e das novas gerações. Como Associação eclesial, a vossa considera-se justamente "porção de Igreja", inserida no caminho da comunidade eclesial e orientada para dar testemunho dos valores evangélicos da gratuidade e do serviço, no exercício da profissão, bem como nas relações com todos os que partilham os mesmos ideais associativos.

2. Escolhestes para o vosso Congresso o tema "Dialogar com a incerteza, elaborar a vida", para sublinhar as duas dimensões que distinguem o momento actual da vossa Associação:  a consciência da complexidade da época em que vivemos e a vontade de propor o vosso projecto educativo no clima de incerteza que atinge a vida de cada dia.

Perante os necessários processos de reforma da escola, a vossa Associação quer promover aqueles valores humanos e perenes que provêm da visão evangélica da vida, para formar uma escola à medida dos alunos e especialmente atenta às exigências dos últimos. Deste modo, ajudai a instituição escolástica a pôr-se, juntamente com outros sujeitos implicados neste processo formativo, ao serviço da pessoa, tornando-se cada vez mais comunidade educadora em diálogo aberto e, ao mesmo tempo, crítico com a realidade que a rodeia.

À luz do ensino de Cristo, cada um de vós esteja pronto a colher, na relação e na colaboração com os colegas, preciosas oportunidades de partilha das competências e de comunhão de objectivos, para que a instituição escolástica se torne lugar privilegiado de promoção cultural, capaz de recuperar estima e credibilidade social. Sentindo-vos testemunhas privilegiadas do amor de Cristo pelas crianças, procurai transmitir-lhes os conteúdos da religião católica com competência, elaborando propostas didácticas atentas às exigências formativas dos alunos e respeitadoras da natureza e da finalidade da escola.

3. Caríssimos Irmãos e Irmãs! A vossa Associação sempre considerou a formação espiritual e profissional dos professores como uma das suas principais finalidades. De facto, através de uma sólida e contínua formação, o professor pode responder melhor à sua missão e contribuir para a construção de uma convivência humana pacífica e justa, fundada sobre o diálogo entre as culturas e sobre a aceitação e valorização das diversidades. Este esforço favorecerá, ao mesmo tempo, uma renovada adesão aos caracteres próprios da Associação, como a profissionalidade, entendida como capacidade de interpretar as necessidades educativas e elaborar respostas adequadas, a democraticidade, vista como exercício constante de corresponsabilidade e participação na edificação de uma sociedade mais humana, e a pertença à Igreja, considerada como elemento fundamental do próprio serviço à escola.

Convido-vos, caríssimos, a olhar para Deus, o "Educador" por excelência, que no mistério do Natal manifesta aos homens a sua benignidade para que, espelhando-se nela, possam reencontrar continuamente a sua verdadeira dignidade e a salvação.

Esta extraordinária pedagogia divina, contemplada no estudo e na oração, imprima em cada um de vós um renovado entusiasmo para ultrapassar a fadiga de cada dia, adquirindo energias e perspectivas  sempre  novas  para  o melhor cumprimento  das  responsabilidades educativas.

4. Saúdo agora o grupo de rapazes portadores de deficiências, ligados ao Centro dos Voluntários do Sofrimento da Diocese de Bérgamo.

Caríssimos jovens, viestes encontrar-me acompanhados pelos vossos pais e assistentes. Obrigado por esta visita e pelo afecto que com ela me quisestes mostrar. O nascimento de Jesus, que celebrámos no tempo de Natal, dê a cada um de vós muita alegria e a força para enfrentar serenamente todos os problemas e dificuldades. Ajude-vos, além disso, a sentir-vos testemunhas privilegiadas do amor à vida, sobretudo diante dos vossos contemporâneos, tantas vezes desorientados e incapazes de apreciar este grande dom do Senhor.

Dirijo também um afectuoso pensamento para vós, queridos pais, assistentes e membros do Centro diocesano dos Voluntários do Sofrimento, que prestais um serviço exemplar e amoroso em favor de muitas pessoas em dificuldade. Encorajo-vos a continuar neste trabalho tão benemérito e invoco sobre vós a abundância dos dons celestes e as consolações prometidas por Jesus a quem sabe pôr-se generosamente ao serviço dos irmãos.

5. Voltando, agora, a dirigir-me a todos os presentes nesta Sala, confio-vos à celeste protecção de Maria, que venerámos no princípio do ano como Mãe de Deus  e  nossa  Mãe.  Com  a  sua  ajuda preciosa,  a  Virgem  vos  acompanhe no decurso  de  todo  o  ano  há  pouco iniciado.

Com estes votos, concedo do coração a cada um de vós uma especial Bênção Apostólica, que de boa vontade estendo às pessoas que vos são queridas.

 

 



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