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DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
 AOS PARTICIPANTES NA
XVII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PASTORAL
 NO CAMPO DA SAÚDE

 

 


Venerados Irmãos
no Episcopado e no Sacerdócio
Caríssimos Irmãos e Irmãs!

1. Sinto-me feliz por me encontrar convosco por ocasião da XVII Conferência Internacional promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral no campo da Saúde.

Apresento a cada um de vós a minha cordial saudação. O meu pensamento dirige-se, de modo particular, para o Arcebispo Javier Lozano Barragán, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, e agradeço-lhe as gentis palavras com que se fez intérprete dos sentimentos de todos e apresentou as finalidades do Congresso. Sinto-me feliz pelo facto de o vosso Conselho dar continuidade a esta iniciativa anual, que constitui um importante momento de aprofundamento e confronto, assim como de diálogo entre os âmbitos eclesial e civil para uma finalidade prioritária como a da saúde.

O tema desta Conferência "A identidade das instituições católicas de saúde" é de grande realce para a vida e a missão da Igreja. De facto ela, ao realizar a obra de evangelização, associou sempre a assistência e a cura dos doentes, ao longo dos séculos, à pregação da Boa Nova (cf. Motu proprio Dolentium hominum, 1).

2. Seguindo de perto os ensinamentos de Cristo, Médico Divino, alguns dos santos da caridade e da hospitalidade, como São Camillo de Lellis, São João de Deus, São Vicente de Paulo, deram vida a casas de internamento e de cura, antecipando os que se tornaram hospitais modernos. Desta forma, a rede das instituições sócio-sanitárias católicas foi-se constituindo como resposta de solidariedade e de caridade da Igreja ao mandamento do Senhor, que convidou os Doze a anunciar o reino de Deus e a curar os enfermos (cf. Lc 9, 6).

Nesta perspectiva, agradeço-vos os esforços que estais a realizar para dar um novo estímulo à Confederatio internationalis catholicorum hospitalium, organismo  válido  para  responder  cada vez  melhor  às  numerosas  questões que interpelam todos os que trabalham no mundo da saúde nas diversas frentes. Encorajo, por isso, o Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde a apoiar os esforços feitos pela Confederação, para que o serviço de caridade desempenhado pelos hospitais católicos se inspire constantemente no Evangelho.

3. Para compreender profundamente a identidade destas instituições de saúde, é preciso ir ao centro daquilo que constitui a Igreja, onde a lei suprema é o amor. As instituições católicas da saúde tornam-se assim testemunho privilegiado da caridade do Bom Samaritano porque, ao curar os doentes, cumprimos a vontade do Senhor e contribuímos para a realização do Reino de Deus. Desta forma, elas exprimem a sua verdadeira identidade eclesial.

É portanto um dever considerar de novo, deste ponto de vista, "o papel dos hospitais, das clínicas e das casas de saúde:  a sua verdadeira identidade não consiste apenas em serem estruturas onde se cuida dos enfermos e doentes terminais, mas, e primariamente, ambientes nos quais o sofrimento, a dor e a morte sejam reconhecidos e interpretados no seu significado humano e especificamente cristão. De modo especial, tal identidade deve manifestar-se clara e eficientemente nas instituições dependentes de religiosos ou, de alguma maneira, ligadas à Igreja" (Carta Encíclica Evangelium vitae, 88).

4. Na Carta apostólica Novo millennio ineunte, ao referir-me às numerosas necessidades que, no nosso tempo, interpelam a sensibilidade cristã, recordei também todos os que não têm acesso aos cuidados médicos básicos (cf. n. 50). A Igreja olha com particular solicitude para estes irmãos e irmãs, deixando-se inspirar por uma renovada "fantasia da caridade" (cf. ibid.).

Faço votos por que as Instituições Católicas de Saúde e as Instituições públicas possam colaborar de modo eficaz, unidas pelo comum desejo de servir o homem, sobretudo o mais débil ou o que, de facto, não tem a assistência social garantida.

Caríssimos, com estes votos confio-vos a todos à protecção materna da Virgem Santa, Salus Infirmorum, ao mesmo tempo que, ao apresentar-vos os melhores votos para o vosso serviço eclesial e para a vossa actividade profissional, vos concedo de coração a vós, assim como aos vossos familiares e quantos vos são queridos, uma especial Bênção apostólica.

 

 

 



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