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MENSAGEM DO PAPA PAULO VI
AOS PEREGRINOS NO XXV ANIVERSÁRIO
DA COROAÇÃO DA IMAGEM
DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Quinta-feira, 13 de Maio de 1971

 

Amados Peregrinos de Fátima:

Em espírito voltamos a esse Santuário. Acodem-Nos à mente, com saudade, as imagens que aí Nos foi dado contemplar, quatro anos atrás.

Hoje como então, peregrino entre peregrinos, Nos integramos nessa assembleia, que reza e canta os louvores da Mãe da Igreja - Mãe da divina graça, causa da nossa alegria e, sempre, refúgio dos cristãos.

«Vida, doçura e esperança nossa, salve!». Pobres, vimos com humilde oferta que, sob o vosso olhar, colocamos no altar de Deus: o s nossos corações, animados pelo propósito de «fazer tudo o que Cristo Senhor nos disser». E, pelo vosso valimento, confiamos que o Altíssimo nos vai aceitar e ser propício. «Eis, pois, advogada nossa, salve!».

Comemoram-se hoje, Irmãos e filhos caríssimos, os vinte e cinco anos duma data feliz e dum gesto nobre: quando as mulheres de Portugal quiseram oferecer as suas jóias à Rainha da Paz, para, por ela, fazerem chegar a Deus a agradecimento por ter sido esse dilecto País poupado ao flagelo da guerra, que há pouco terminara. Dessas jóias se entreteceu a coroa, com a qual um Legado Pontifício, em solene cerimónia, exortou a imagem de Nossa Senhora.

Belo rasgo de fé cristã, com que foi evocada a celebrada a paz, tema sempre actual de apelo aos homens de boa-vontade e de oração instante.

A paz! Mais do que equilíbrio exterior, de ordem jurídica, ela é principalmente o resultado de serem respeitados e actuados os desígnios de sabedoria e de amor, de Deus, sobre nós e sobre o mundo. Por isso, ela começa nos corações dos homens, como empenho e como graça, a tornar-se depois estilo de vida, que reflecte a sua luz na cidade temporal.

Temos pois de construí-la e pedi-la ao Senhor, cada dia: paz nos espíritos, para a paz das armas; paz nas Nações, para a universal fraternidade dos homens todos, na verdade, na justiça e no amor; paz e harmonia entre os cristãos, para eficácia do seu testemunho da Caridade frente ao mundo e para «os pobres serem evangelizados»; paz e harmonia, enfim, no interior da Igreja, para ela ser «o fermento e a alma da sociedade humana, que deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus» (Gaudium et Spes, 40), pela qual «seja dada ao Pai e Criador do universo, toda a honra e toda a glória» (Lumen gentium, 17).

Este o apelo, esta a prece que, por Maria, elevamos ao Céu, nesta hora.

Saudamos todos os presentes, e os que Nos seguis pela rádio e pela televisão; em particular, o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, o Senhor Cardeal Arcebispo de Lião, os demais Senhores Bispos e os sacerdotes, religiosos e fiéis desse dilecto País, com as Autoridades que tomam parte na cerimónia; e, ainda, com especial afecto, as crianças e os doentes. Na mesma estima envolvemos os peregrinos provenientes de outras Nações.

Para todos vós imploramos, pela Mãe Santíssima, com a Paz de Cristo, copiosas graças celestiais, ao abençoar-vos:

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Amén!

 



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